Todos se admiraram: "Trinta coisas inéditas em um dia é muita coisa!"
Era. Tanto que não deu, mas eu já desconfiava que seria assim.
Enfim, vamos ver a lista?
Trinta coisas inéditas para fazer no meu aniversário:
1. Fazer esta meditação. Para isso acordei 4h40 da matina e fui bater no aterro da Beira Mar.
2. Fazer trinta reverências (aquelas que a gente faz no Kyol Che) de frente para o mar. Decidi isso lá no aterro mesmo. Como não tinha proteção porque foi de improviso, ganhei de quebra uma esfoliação nos joelhos e cotovelos! Mas uma coisa bonitinha aconteceu. Quando sentei sobre os pés para fazer a última reverência, o mar avançou até onde eu estava. Era o convite para o próximo item.
3. Entrar no mar da praia do Ideal. Por sinal, apanhei foi muito das ondas, quase perdi o biquini, bebi água feito uma condenada (vai uma caixinha de Zentel aí?), mas foi bom. Realmente foi bom. Depois ainda peguei chuva enquanto caminhava para a casa dos meus pais, e foi melhor ainda.
4. Dizer "te amo" pro meu pai. Nunca fiz isso depois de adulta.
5. Dizer "te amo" pra minha mãe. Idem.
6. Dizer "te amo" pro meu irmão. Idem.
7. Fazer uma massagem relaxante.
8. Fazer uma blusa com os dizeres "24 de abril. Hoje é dia do meu aniversário".
9. Ter coragem de vestir a blusa. E vesti o dia todo, viu? Só tirei à noite para receber os amigos aqui em casa (e ainda coloquei de volta para tirar fotos, rs.)
10. Dar o transatlântico da Mariana Marques para a Pessoa Inteligente.
11. Cobrar o meu transatlântico, meu fanzine e meu Enrolados da Pessoa Inteligente. Detalhe que ela já tinha me devolvido todos os itens exceto o DVD. Aparentemente completar trinta anos já interferiu na minha memória.
12. Almoçar na Casa de Moá.
13. Ligar para a Lu. A Lu me conhece até pelo avesso, já que fizemos Básico e Avançado do Renascimento juntas e ainda um Kyol Che, mas eu nunca tinha telefonado pra ela. Beijo, Lu!
14. Usar batom vermelho. Foi sugestão da N. e topei o desafio.
15. Comprar um fogão. Finalmente!!! Mas confesso que enrolei. Isso aí eu fiz no dia 23, porque não queria voltar para o Centro no dia seguinte.
16. Publicar um poema. Vide
este post.
17. Fazer o segundo furo na orelha. Só porque agora sou balzaquiana não quer dizer que não posso fazer algo que todo mundo faz na adolescência.
18. C
omprar uma cesta de produtos Empório Body Store pra mim. E ainda ganhei outra de presente da V.!!
19. Impublicável. Mas fiz.
20. Fazer uma aula de dança de salão. Influenciada pelo G., resolvi tentar. Aprendi a base do bolero e dancei uma música. O instrutor se admirou da minha capacidade aqui e isso pagou o dia! ;o) Depois tive de sair porque faltavam instrutores para as alunas regulares.
21. Distribuir trinta chocolates para pessoas desconhecidas. Coloquei
um
Sonho de Valsa dentro de um saquinho de lembrancinha com um texto
explicando a situação. A experiência foi interessante. Houve quem
me olhasse com medo, mas tive
feedbacks bem positivos. Um abraço
para a moça do elevador no Del Paseo, para o moço que gosta de Chico
Buarque, para as meninas da Pague Menos, se vocês calharem de passar por
aqui.
22. Agradecer à minha família pelo apoio incondicional. Também burlei um pouco nesse item: fiz isso no domingo, quando nos reunimos.
E pronto,
c'est fini. Ficaram de fora: 23. Tomar banho de sal grosso; 24. Fritar um ovo na casa da Bb.; 25. Ver o pôr do Sol no Zé do Mangue; 26. Pagar alguma coisa para um estranho; 27. Impublicável; 28. Impublicável; 29. Dar um certo presente para um certo amigo; 30. Fazer uma tatuagem. Ah, e as reverências no aterro substituíram o item "lançar ao mar uma garrafa com uma mensagem".
Vou confessar: houve momentos difíceis na execução dessa lista. O maior aprendizado que tirei foi que ainda dou muita (mas muita mesmo) importância ao que os outros pensam. Houve um instante em que consegui superar isso, e foi um sentimento muito libertador, mas infelizmente se tornou somente um vislumbre de como a vida pode ser bem mais feliz sem a tirania do olhar do outro.
Encerrei o dia na companhia dos meus amigos, e foi muito bom. Pode até ser contado como algo inédito: eu nunca havia comemorado meu aniversário no meu apartamento. Também nunca tinha cortado um bolo com uma faca de pão (ainda descubro que não tenho certas coisas aqui em casa: espátula de bolo é uma delas), nunca tinha dançado bolero ou forró com o G., nunca tinha recebido a G., a P. ou o S. aqui em casa...
E é isso. Beijo para todos que fizeram meu dia mais feliz.